
Auditoria em Setúbal visa ex-autarca Maria das Dores Meira



A Câmara Municipal de Setúbal vai remeter à Polícia Judiciária (PJ) e à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) uma auditoria que indica a utilização indevida de meios do município por parte da ex-presidente, Maria das Dores Meira. A auditoria, datada de 11 de setembro, foi proposta pelos eleitos do PS e aprovada pela maioria composta por CDU, PS e PSD, na sequência de notícias divulgadas em 2024 sobre o alegado uso abusivo de cartões de crédito e o recebimento indevido de ajudas de custo. O relatório analisou o período entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de outubro de 2021 e concluiu que a atuação de Maria das Dores Meira "se revelou desconforme com diversos normativos legais e regulamentares". Entre os factos apurados estão a acumulação indevida de ajudas de custo com despesas pagas por cartão de crédito, o uso de verbas municipais para fins pessoais ou recreativos e a ausência de documentos justificativos para vários movimentos bancários.
Segundo as notícias, os gastos suspeitos ultrapassam os 100 mil euros.
A auditoria conclui que os factos apurados podem configurar um crime de peculato, conforme definido no Código Penal.
Maria das Dores Meira, que foi presidente da Câmara de Setúbal entre 2006 e 2021 pela CDU, é agora candidata independente com o apoio do PSD.
A ex-autarca, que já estava a ser investigada pelo Ministério Público, nega as acusações e afirma ser vítima de "perseguição política" e de uma "tentativa de assassinato de caráter" por parte dos seus opositores políticos.
Alega desconhecer o conteúdo da auditoria, para a qual diz não ter sido ouvida, e estranha a sua divulgação a cerca de um mês das eleições autárquicas.
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