O Último Acorde: Maria João Pires Encerra Carreira e Reflete sobre a Arte e a Condição Humana



A pianista portuguesa Maria João Pires, de 81 anos, anunciou o término da sua carreira como intérprete.
A revelação foi feita durante o seu discurso de agradecimento pelo Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, numa cerimónia realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Esta decisão surge na sequência de um "problema de saúde cerebrovascular" sofrido em junho, que a artista encara como um sinal por ter tentado "ultrapassar-se e ir até limites proibidos". Atualmente, a pianista descreve-se como estando num "processo de mudança radical", em busca de verdade e aceitação.
No seu discurso, Pires partilhou reflexões sobre a sua vida, recordando que, apesar de ter começado a tocar piano aos três anos, nunca se sentiu "verdadeiramente adaptada nem incluída".
Confessou ter vivido entre dois mundos: o "mundo sonoro", rico em imaginação, e o "mundo real", e que a sua carreira foi, em parte, motivada pelo desejo de inclusão e de não ser rejeitada.
Expressou também uma profunda gratidão por tudo o que a vida lhe deu, para além do apoio recebido ao longo da carreira. Para além do balanço pessoal, Maria João Pires abordou temas universais, sublinhando que "os direitos humanos são para todos" e que tal não deveria ser motivo de dúvida.
Criticou a competição que leva ao esquecimento da comunidade e definiu a "verdadeira arte" como uma "atividade de não-agressão".
Mostrou-se consternada com as tragédias do mundo atual, como os "massacres hediondos" e a destruição de povos e do planeta, questionando se o ser humano é "incapaz de evoluir com a experiência adquirida", apesar dos avanços científicos e tecnológicos. O prémio que lhe foi atribuído foi instituído em 2013 pelo Centro Nacional de Cultura (CNC), em parceria com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa, e visa homenagear a sua "excecional contribuição" para a promoção do património cultural e dos valores europeus.
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No espetáculo, ouvem-se, pela voz da personagem José Afonso, as falas que o cantor disse em palco em 1983, numa altura em que já estava debilitado pela esclerose lateral amiotrófica que lhe causaria a morte quatro anos depois.

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