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Sexta-feira, Agosto 8

Médio Oriente: Governo israelita aprova plano militar para ocupar Cidade de Gaza

O governo israelita aprovou um controverso plano militar para ocupar a Cidade de Gaza, desencadeando uma onda de condenação internacional e forte oposição interna, que alertam para uma catástrofe humanitária e o risco para a vida dos reféns.
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O gabinete de segurança de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, aprovou um plano militar para a ocupação da Cidade de Gaza. A decisão, tomada após uma reunião de dez horas, visa "derrotar o Hamas", desarmar o movimento, garantir o regresso de todos os reféns, desmilitarizar a Faixa de Gaza e estabelecer uma "administração civil alternativa" que não seja nem o Hamas nem a Autoridade Palestiniana (ANP).

Netanyahu declarou que não pretende anexar ou governar permanentemente o enclave, mas sim manter um "perímetro de segurança" e entregar a governação a "forças árabes". O plano prevê a deslocação forçada de cerca de um milhão de palestinianos para a zona de Mawasi, no sul.

A decisão gerou uma forte e generalizada condenação internacional.

A ONU, através do Alto Comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu a suspensão imediata do plano, considerando-o uma violação do direito internacional e um entrave à solução de dois Estados.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediram a Israel que reconsiderasse a decisão, com von der Leyen a apelar a um "cessar-fogo agora".

Num passo significativo, a Alemanha, um dos principais aliados de Israel, suspendeu a exportação de armas que pudessem ser utilizadas na Faixa de Gaza.

Portugal também pediu a suspensão do plano, classificando-o como um agravamento da tragédia humana.

Do lado palestiniano, as reações foram de denúncia.

O Hamas classificou o plano como um "novo crime de guerra" e uma "aventura criminosa" que "custará caro" a Israel, advertindo que a expansão da ofensiva significaria o sacrifício dos reféns restantes.

O movimento acusou Netanyahu de não se preocupar com os reféns e de os usar para objetivos políticos.

A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), em Ramallah, descreveu a decisão como um "crime absoluto" e uma continuação da "política de genocídio", iniciando contactos urgentes com organismos internacionais.

A nível interno, o plano também enfrenta forte oposição.

O líder da oposição, Yair Lapid, considerou-o um "desastre" que contradiz a opinião das chefias militares e de segurança.

As famílias dos reféns qualificaram a decisão de "irresponsabilidade" e exigiram um acordo para a libertação dos seus entes queridos.

Um grupo de 550 ex-funcionários da agência de segurança Shin Bet, incluindo o antigo chefe Ami Ayalon, publicou uma carta aberta a pedir o fim da guerra, argumentando que o Hamas já não representa uma ameaça estratégica e que a única solução é um horizonte político para os palestinianos.

As próprias forças armadas israelitas mostraram-se relutantes, temendo que a operação coloque em risco a vida dos cerca de 20 reféns que se estima estarem ainda vivos.

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