A emigração portuguesa diminuiu para 65 mil pessoas em 2024 devido ao Brexit



Cerca de 65.000 portugueses emigraram em 2024, menos 5.000 do que nos dois anos anteriores, o que representa uma quebra de 7,1%. De acordo com as "Estimativas da Emigração Portuguesa 2024", elaboradas pelo Observatório da Emigração, este é o número mais baixo de saídas desde 2021, ano em que se registou um valor idêntico.
Apesar do decréscimo, os especialistas consideram que os números apontam para uma estabilização, prevendo-se que a emigração se mantenha entre os 60.000 e 70.000 nos próximos anos.
A principal causa para esta diminuição é o 'Brexit'.
A saída do Reino Unido da União Europeia impôs maiores dificuldades à entrada de portugueses, resultando numa quebra de 37% na emigração para este destino entre 2023 e 2024. Este efeito é responsável por cerca de 45% da redução total da emigração portuguesa.
O fluxo para o Reino Unido, que em 2015 ultrapassou os 32.000 emigrantes, caiu para menos de 3.000 no ano passado.
Com a queda do Reino Unido como destino preferencial, a geografia da emigração portuguesa reconfigurou-se. A Suíça consolidou-se como o principal destino, com 12.388 entradas, seguida por Espanha (11.332) e França (7.426, dados de 2023).
A Alemanha registou o maior aumento, recebendo mais 1.035 portugueses do que no ano anterior, totalizando 7.410.
Também se verificaram aumentos nas entradas na Bélgica, Estados Unidos e Austrália, enquanto na maioria dos outros países analisados houve uma diminuição.
O perfil do emigrante português continua a ser maioritariamente pouco qualificado.
Segundo o relatório, cinco dos sete principais destinos (Suíça, Espanha, França, Alemanha e Luxemburgo) atraem sobretudo emigrantes com baixas qualificações escolares.
Os portugueses com ensino secundário tendem a emigrar mais para o Reino Unido, enquanto os licenciados escolhem destinos como a Suécia, Reino Unido, Bélgica e Países Baixos.
Estima-se que cerca de 30% dos que emigram possuam formação superior.

















