
Profissão Docente em Portugal: Desafios e Vontade de Mudança



O estudo “A Voz dos Professores: Motivações, Desafios e Barreiras ao Desenvolvimento da Carreira”, desenvolvido por investigadores da Nova SBE e da Universidade do Minho com base em mais de quatro mil entrevistas, revela que, embora 81% dos inquiridos tenham escolhido o ensino como primeira opção profissional e 70% o voltassem a fazer, existe um desejo generalizado de mudança. Um em cada cinco professores admite abandonar a carreira nos próximos cinco anos, uma percentagem que sobe para 54% entre os docentes com menos de 30 anos.
As principais razões para permanecer na profissão são o gosto pelo ensino, a relação com os alunos e o sentimento de missão.
Segundo os investigadores, a vontade de mudar não significa necessariamente descontentamento.
Entre os mais novos, a ponderação de outras oportunidades profissionais ou questões salariais podem ser fatores, refletindo uma maior abertura das novas gerações para explorar diferentes carreiras.
Do lado dos docentes mais experientes, com 60 ou mais anos, sete em cada dez planeiam reformar-se assim que possível.
No entanto, 30% admitem continuar a lecionar motivados, sobretudo, pelo prazer de ensinar.
Esta situação agrava a já crónica falta de professores, sentida com especial intensidade nas regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve, o que levou o Ministério da Educação a criar programas para atrair e reter profissionais. Os professores inquiridos identificaram várias áreas que necessitam de melhorias urgentes, ecoando as reivindicações sindicais. As principais exigências incluem melhores condições de trabalho, redução da carga administrativa, modernização das infraestruturas escolares e mais apoio de outros professores e técnicos para lidar com o crescente número de alunos estrangeiros e com necessidades educativas especiais. Foi também sublinhada a urgência de apostar na saúde mental e bem-estar dos docentes e no desenvolvimento de estratégias para gerir a indisciplina na sala de aula.
O estudo apurou ainda que um em cada quatro professores do ensino privado (24%) considera mudar-se para o setor público.
Outro dado relevante é a perceção de que os novos docentes chegam às escolas com pior formação: 60% dos professores consideram que os colegas em início de carreira têm menor preparação pedagógica e científica. Em contrapartida, a formação contínua é uma prática quase universal, com 99% dos docentes a participar em ações focadas em tecnologias educativas, atualização disciplinar e metodologias pedagógicas.
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