
Mobilidade Urbana em Portugal: Desafios e Soluções



A especialista em transportes Cecília Silva defende que não é possível fomentar o uso de transportes públicos se estes permanecerem "presos no trânsito".
Para a professora da Universidade do Porto e de Coimbra, o congestionamento é um "problema sistémico" nas cidades portuguesas, agravado pela dispersão urbana e pelos preços da habitação, que forçam as pessoas a viver mais longe. A solução passa por alterar o paradigma da mobilidade, redistribuindo o espaço público para dar prioridade a modos de transporte mais eficientes que o automóvel, como os transportes públicos, a bicicleta ou o andar a pé, o que beneficiaria todos os cidadãos, incluindo os automobilistas. Cecília Silva sublinha que a aposta na multimodalidade não é nova, sendo estudada desde os anos 70, mas Portugal perdeu a oportunidade de a implementar atempadamente.
Atualmente, a discussão foca-se na criação de cidades "à escala humana", como a "cidade dos 15 minutos", onde a qualidade de vida e a acessibilidade a serviços essenciais são mais importantes do que a capacidade de deslocação a alta velocidade. Segundo a especialista, uma pequena alteração, como uma repartição modal de 10% para a bicicleta, teria um impacto significativo na redução do tráfego automóvel.
Uma das soluções em voga em Portugal é o sistema BRT (Bus Rapid Transit), ou metrobus.
Cecília Silva considera-o uma "solução muito boa", mas alerta para o risco de se tornar uma "moda", levando a implementações incompletas.
Para que um BRT seja eficaz, é essencial que o autocarro circule num canal totalmente segregado e com prioridade, caso contrário, a solução perde a sua eficácia.
Estão previstos ou em implementação vários projetos de metrobus no país, nomeadamente no Porto, Coimbra, Braga, Guimarães e Lisboa. No plano político, a coligação Juntos por Guimarães, liderada pelo candidato Ricardo Araújo, apresentou um plano de mobilidade que reflete algumas destas preocupações.
A proposta para o município inclui transportes públicos gratuitos para residentes, aumento da cobertura e frequência das carreiras, e um compromisso com um projeto de metrobus para ligar a cidade a vilas vizinhas.
O plano contempla ainda a criação de parques de estacionamento dissuasores e a melhoria de infraestruturas rodoviárias, visando tornar Guimarães "uma referência em acessibilidade e qualidade de vida".
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