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Milhares em manifestação na Turquia promovida pelo principal partido da oposição

Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Ancara, na Turquia, num protesto convocado pelo principal partido da oposição contra o que considera ser uma ofensiva do governo do Presidente Recep Tayyip Erdogan.
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Milhares de pessoas participaram este domingo numa manifestação em Ancara, convocada pelo principal partido da oposição da Turquia, o Partido Republicano do Povo (CHP). Segundo os organizadores, incluindo o vice-presidente do partido, Murat Bakan, o protesto reuniu pelo menos 50.000 pessoas na praça Tandongan, que empunhavam bandeiras turcas e vestiam 't-shirts' com a imagem do fundador da República da Turquia, Mustafa Kemal Atatürk.

O líder do CHP, Özgür Özel, afirmou durante o seu discurso que os manifestantes se reuniram para "se oporem ao golpe de Estado". Acusou o governo de não querer democracia nem justiça, alegando que "sabe que não pode ganhar as eleições se houver democracia" e que "se houver justiça, não poderá esconder os seus crimes".

A manifestação ocorreu na véspera de uma decisão judicial, agendada para segunda-feira, que poderá anular o Congresso do CHP de 2023 e destituir a atual liderança do partido.

O protesto surge num contexto de crescente tensão política.

O CHP alega que as detenções e acusações contra os seus membros fazem parte de uma ofensiva do governo para enfraquecer a oposição. Nos últimos meses, mais de uma dúzia de presidentes de câmara do CHP e centenas de funcionários municipais foram detidos por alegada corrupção. Entre os detidos está o presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, considerado o principal adversário do Presidente Recep Tayyip Erdogan, cuja detenção gerou protestos generalizados.

O governo nega as acusações e defende a independência dos tribunais turcos.

O CHP, o partido político mais antigo da Turquia, obteve uma vitória expressiva sobre o partido AKP de Erdogan nas eleições locais de 2024 e tem vindo a subir nas sondagens.

Durante o discurso, Özgür Özel dirigiu-se diretamente ao presidente, perguntando: "Erdogan, já viu a praça Tandogan assim? ", enquanto os manifestantes gritavam "Erdogan, demita-se!

".

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