Após Greve Geral, Governo Tenta Retomar Diálogo Laboral em Clima de Divisão



A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, convocou a UGT para uma reunião na próxima terça-feira, às 17h, com o objetivo de prosseguir as negociações sobre o anteprojeto de reforma da legislação laboral.
A convocatória surge um dia após a greve geral, convocada pela CGTP e pela UGT, precisamente contra as alterações propostas pelo Governo.
A ministra sublinhou que, apesar da interrupção do processo negocial causada pela greve, a intenção é dar continuidade ao diálogo.
A greve geral de quinta-feira gerou avaliações diametralmente opostas por parte dos sindicatos e do Governo. O secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, classificou a paralisação como "uma das maiores greves gerais de sempre", estimando a adesão de "mais de três milhões de trabalhadores".
Para a central sindical, esta foi uma "impressionante resposta do mundo do trabalho", reiterando o apelo para que o Governo retire o pacote laboral da discussão. Em contraste, o Ministro da Presidência, Leitão Amaro, minimizou o impacto da greve, afirmando que "a esmagadora maioria do país está a trabalhar".
O governante sustentou a sua posição com dados como uma redução de apenas 7% nas transações financeiras na SIBS e uma quebra de 5% no trânsito para Lisboa. Leitão Amaro considerou a adesão "inexpressiva, em particular no setor privado e social", descrevendo-a como "mais uma greve da função pública", embora reconhecendo os seus efeitos nos transportes e nas escolas.
Para além da reunião bilateral com a UGT, o ministério do Trabalho confirmou também a realização de uma reunião plenária com todos os parceiros sociais em sede de Concertação Social, agendada para 14 de janeiro, poucos dias antes das eleições presidenciais.



















