
Críticas do Ministro da Educação ao Foco nas Propinas



O Ministro da Educação, Fernando Alexandre, classificou como um “erro” o foco dos estudantes do ensino superior nas propinas, argumentando que a sua redução levaria a um aumento da desigualdade em Portugal. As declarações foram proferidas em Braga, à margem da sessão comemorativa dos 25 anos da Escola de Medicina da Universidade do Minho, em reação a uma manifestação estudantil que reivindicava a gratuitidade do ensino superior, maior investimento público e reforço do alojamento e da ação social.
Segundo o ministro, as propinas não representam o principal custo para quem frequenta uma universidade ou um politécnico.
A prioridade do Governo, explicou, é garantir que os estudantes com dificuldades económicas tenham acesso a bolsas que cubram todas as suas despesas, incluindo alojamento, material de estudo e as próprias propinas. Fernando Alexandre sustentou que a redução geral das propinas beneficiaria principalmente os estudantes de estratos socioeconómicos mais favorecidos, que tendem a aceder aos cursos com maior empregabilidade, enquanto os alunos carenciados já são apoiados pela ação social. Em vez de reduzir as propinas, o Governo aposta no reforço da ação social.
Fernando Alexandre anunciou que um novo modelo de apoio estará concluído até dezembro e será implementado no próximo ano letivo, assegurando que nenhum aluno seja impedido de aceder ao ensino superior por razões financeiras. Para tal, foi já anunciado um reforço de 30 milhões de euros para a ação social. Adicionalmente, o ministro mencionou que no próximo ano haverá um aumento de 11 mil camas para alojamento estudantil. Embora reconhecendo a legitimidade dos protestos, Fernando Alexandre reiterou que, na sua perspetiva, o foco dos estudantes está equivocado, pois existem outras questões mais prementes que contribuem para a desigualdade no sistema de ensino.
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