Ministro dos Negócios Estrangeiros polaco atribui simbolicamente Medalha Lenine a Viktor Orbán

A oposição do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, à utilização de ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia gerou uma resposta irónica do chefe da diplomacia polaca, que lhe atribuiu simbolicamente a Medalha da Ordem de Lenine.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski, atribuiu simbolicamente a Medalha da Ordem de Lenine ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, numa publicação na rede social X. O gesto irónico foi uma reação à oposição de Orbán à utilização dos ativos russos congelados para financiar o esforço de guerra da Ucrânia. Sikorski acompanhou a sua mensagem de "Parabéns" com uma fotografia da medalha, a mais alta honra civil da antiga União Soviética, criada em 1930. A publicação do ministro polaco surgiu em resposta a uma mensagem de Orbán, na qual o líder húngaro se vangloriava de ter "conseguido evitar o risco iminente" de uma guerra, afirmando: "Impedimos que a Europa declarasse guerra à Rússia utilizando recursos russos". Esta declaração foi feita após uma reunião de líderes da União Europeia em Bruxelas, onde não foi alcançado um acordo sobre a utilização dos ativos russos. Em alternativa, foi aprovado um empréstimo conjunto de 90 mil milhões de euros para a Ucrânia.

Contudo, Hungria, Eslováquia e República Checa decidiram não participar neste empréstimo.

Orbán justificou a decisão alegando que seria um fardo para as gerações futuras.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que é favorável à utilização dos ativos russos, rejeitou este argumento, explicando que o empréstimo provém de uma reserva orçamental financiada por todos os Estados-membros, incluindo os três que optaram por não participar na operação. A troca de acusações estendeu-se ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjárto, que acusou o seu homólogo polaco de ser favorável a uma guerra entre a Europa e a Rússia.

Este desentendimento diplomático entre Varsóvia e Budapeste ocorreu durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Polónia.

Quase quatro anos após o início da invasão russa, os Estados Unidos tentam mediar negociações de paz, mas as partes continuam afastadas em pontos essenciais.