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Agendamento de reunião sobre acidente do Elevador da Glória gera controvérsia política

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, agendou uma reunião extraordinária sobre o acidente com o Elevador da Glória para 13 de outubro, um dia após as eleições autárquicas, gerando acusações de aproveitamento político por parte da oposição.
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O descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, a 3 de setembro, resultou em 16 mortos e duas dezenas de feridos, motivando um intenso debate político. A gestão do elevador está a cargo da empresa municipal Carris.

Na sequência da tragédia, os partidos da oposição — PS, Livre, BE e Cidadãos por Lisboa — apresentaram um requerimento para uma reunião extraordinária no dia 25 de setembro, a fim de obter "esclarecimentos sobre falsidades, omissões e incongruências". No entanto, o presidente da Câmara, Carlos Moedas (PSD), que é recandidato nas eleições de 12 de outubro, recusou a data e convocou a reunião para 13 de outubro, dia seguinte ao ato eleitoral. Moedas justificou a decisão com a necessidade de "não partidarizar um tema" que deve ser tratado com rigor técnico, acusando o PS de tentar "politizar e ganhar votos" com o acidente.

O autarca lembrou que já se realizaram duas reuniões sobre o tema e que o caso está a ser investigado pelas autoridades competentes.

O pedido de esclarecimentos da oposição foi impulsionado por reportagens que revelaram a ocorrência de dois acidentes anteriores com o elevador, em outubro de 2024 e maio de 2025.

Estes incidentes teriam sido publicamente negados pelo presidente do Conselho de Administração (CA) da Carris e pelo vice-presidente da câmara, mas foram posteriormente confirmados pela própria Carris.

O PCP também levantou questões sobre informações contraditórias e exigiu um "cabal esclarecimento", nomeadamente sobre o concurso público de 2022 para a manutenção dos ascensores, ganho pela empresa MNTC, Lda., com um "preço anormalmente baixo". Os comunistas referem ainda a existência de alertas prévios sobre falhas nos sistemas de segurança, feitos por organizações representativas dos trabalhadores da Carris, contrariando as garantias dadas pela autarquia. Face a estas alegações, o PCP propôs a audição dos representantes dos trabalhadores, uma nova audição do CA da Carris para clarificar as contradições e uma audição com membros do anterior CA sobre concursos anteriores a 2022.

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