
Discurso de Luís Montenegro sobre a economia portuguesa e a União Europeia



Durante uma palestra sobre a "União Europeia e Portugal", no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, o primeiro-ministro Luís Montenegro salientou o momento positivo que a economia portuguesa atravessa, contrastando-o com os desafios internacionais. Perante uma audiência de cerca de cem alunos, e na presença do antigo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, Montenegro defendeu que Portugal deve projetar o seu atual contexto de credibilidade, estabilidade financeira e social.
O líder do executivo frisou que, apesar dos constrangimentos globais como as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, a estagnação económica da Alemanha e a debilidade francesa, Portugal demonstra um dinamismo com "muito pouco paralelo na Europa".
Segundo Montenegro, a economia nacional cresce acima da média da União Europeia, regista superávites sucessivos nas contas públicas e tem reduzido o desemprego e os juros nos mercados desde os tempos da 'troika'.
Este desempenho, sublinhou, ocorre em simultâneo com a baixa de impostos sobre o trabalho e as empresas e com o aumento do salário mínimo, dos salários médios e das pensões, algo que atribuiu ao dinamismo económico do país.
Montenegro foi também crítico em relação à situação atual da União Europeia, advertindo para o seu "definhamento político no mundo".
Defendeu que o bloco precisa de mudanças rápidas, começando pelo reforço do crescimento económico, que considera um "pressuposto essencial".
Apontou a necessidade de reduzir o fosso tecnológico face aos Estados Unidos e à China, aumentar a autonomia estratégica em áreas como a defesa e a energia — criticando os atrasos nas interligações energéticas da Península Ibérica — e de rever o modelo de governação para permitir decisões mais céleres. Por fim, o primeiro-ministro criticou a incapacidade da UE em finalizar o acordo comercial com o Mercosul, classificando-a como uma "demonstração escandalosa de incapacidade de realização".
Defendeu ainda uma abordagem equilibrada à descarbonização para que os europeus não se "autopenalizem".
Mencionou também que, em visitas recentes à China e ao Japão, constatou que a "cotação de Portugal é muito elevada" internacionalmente.
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