O Legado da 'Voz de Lisboa': O País Chora a Partida de Anita Guerreiro



A fadista e atriz Anita Guerreiro, cujo nome de batismo era Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali, morreu no domingo, 7 de dezembro, aos 89 anos.
A artista faleceu durante o sono na Casa do Artista, em Lisboa, onde residia desde 2018.
A notícia foi confirmada pela própria instituição e partilhada por figuras públicas como João Baião, gerando uma onda de consternação no meio artístico.
Nascida em Lisboa em 1936, Anita Guerreiro iniciou a sua carreira ainda jovem, tornando-se conhecida do grande público em 1952 através de um concurso radiofónico. Com uma trajetória de mais de 70 anos, a sua vida artística desdobrou-se entre o fado, o teatro de revista, a rádio e a televisão. Tornou-se um ícone das Marchas Populares de Lisboa, sendo madrinha de várias edições, e imortalizou temas como "Cheira bem, cheira a Lisboa" e "Peço a Palavra".
Apesar do seu talento inato, nunca teve aulas de canto.
A sua presença na televisão, em séries e telenovelas como "Olhos de Água" e "Os Batanetes", permitiu-lhe alcançar as gerações mais novas, que a reconheciam como a "avó Batanete".
Anita Guerreiro confessou em entrevistas que, se pudesse escolher, preferia ser atriz a cantora, embora se dedicasse com igual paixão a ambas as artes.
A sua contribuição para a cultura portuguesa foi reconhecida com várias distinções, incluindo a Medalha Municipal de Mérito, Grau de Ouro, atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa em 2004.
A sua morte motivou inúmeras homenagens de colegas e amigos, que a recordaram como "património nacional" e um "pilar do fado". Artistas como Heitor Lourenço, Maria Rueff, Raquel Tavares e Sofia Alves destacaram a sua alegria contagiante, o seu talento e a sua representação de uma "Lisboa bairrista".
A Ministra da Cultura, Margarida B Lopes, também lamentou a perda, descrevendo-a como uma "referência histórica" e uma "grande artista" cujo legado permanecerá.










