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O Adeus à 'Voz de Lisboa': O Legado de Anita Guerreiro, a Artista do Povo

A fadista e atriz Anita Guerreiro, uma das vozes mais emblemáticas de Lisboa e figura incontornável do teatro de revista, faleceu aos 89 anos, deixando um legado indelével na cultura popular portuguesa.
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Anita Guerreiro, cujo nome de batismo era Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali, morreu no domingo, 7 de dezembro, aos 89 anos.

A artista faleceu durante o sono na Casa do Artista, em Lisboa, onde residia desde 2018.

A notícia, confirmada pela instituição e divulgada por figuras públicas como o apresentador João Baião, gerou uma onda de homenagens de personalidades como Herman José, Sofia Alves e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que lamentou a perda de uma figura que marcou gerações com a sua "simpatia e popularidade". Nascida em Lisboa a 13 de novembro de 1936, a "miúda do Intendente", como era carinhosamente conhecida, começou a cantar ainda em criança em coletividades do seu bairro. A sua carreira profissional foi impulsionada em meados dos anos 50, após a sua participação no programa de rádio "Comboio das Seis e Meia", que a tornou conhecida do grande público e lhe atribuiu o nome artístico. A sua estreia em palco deu-se em 1954, no Teatro Maria Vitória, na revista "Ó Zé Aperta o Laço", marcando o início de uma carreira de cerca de 70 anos. A sua trajetória artística foi multifacetada, abrangendo o fado, o teatro de revista, a televisão e o cinema.

Foi a primeira intérprete de temas icónicos como "Cheira Bem, Cheira a Lisboa", mais tarde imortalizado por Amália Rodrigues, e deu voz a outros sucessos como "Lição de Amor" e "O fumo do meu cigarro".

Apesar da sua notável carreira como fadista, Anita Guerreiro afirmou que a sua verdadeira paixão era a representação. A sua popularidade foi reforçada junto de gerações mais novas através da participação em várias telenovelas e séries televisivas, como "Olhos de Água" e "Os Batanetes". Ao longo da sua carreira, Anita Guerreiro recebeu diversas distinções, incluindo a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa em 2004, por ocasião dos seus 50 anos de carreira.

A artista viveu também nos Estados Unidos, onde casou e teve dois filhos.

Os pormenores sobre as cerimónias fúnebres aguardavam a chegada da sua filha do estrangeiro.

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