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EUA Lideram Pós-Guerra Frágil: Entre a Diplomacia da Trégua e o Xadrez Político para o Futuro do Enclave

Os Estados Unidos reforçam o seu papel na monitorização do cessar-fogo em Gaza com a nomeação de um diplomata veterano, ao mesmo tempo que delineiam os contornos do futuro do enclave, afastando a agência da ONU para os refugiados e gerindo tensões com Israel sobre a Cisjordânia.
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A administração norte-americana intensificou a sua intervenção diplomática para consolidar a trégua em vigor na Faixa de Gaza desde 10 de outubro, nomeando o diplomata Steve Fagin para o recém-criado Centro de Coordenação Civil-Militar (CCMC). Sediado em Kiryat Gat, Israel, este órgão, que conta com a presença de cerca de 200 soldados norte-americanos, militares europeus, representantes árabes e da ONU, tem como missão supervisionar o cessar-fogo, detetar violações e coordenar a entrega de ajuda humanitária.

Durante uma visita ao local, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, manifestou um otimismo cauteloso quanto ao progresso do acordo, apesar de reconhecer os desafios existentes. Um dos pontos centrais da política norte-americana para a região é a exclusão da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) do processo de ajuda humanitária.

Rubio acusou a organização de ser uma "subsidiária do Hamas" e afirmou que esta não terá "qualquer papel" no plano atual, uma posição que contraria um parecer do Tribunal Internacional de Justiça que recomendava o reatamento das suas operações.

Israel partilha desta visão, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Sa'ar, a reiterar que a agência está "infiltrada por terroristas".

Apesar do cessar-fogo, a situação humanitária no enclave permanece "catastrófica", com a ajuda a ser manifestamente insuficiente para as necessidades da população, segundo a OMS e os Médicos Sem Fronteiras.

Paralelamente, desenha-se o futuro da governação de Gaza.

Num desenvolvimento significativo, os movimentos palestinianos, incluindo o Hamas e a Fatah, acordaram no Cairo entregar a gestão temporária do enclave a um "comité palestiniano temporário composto por habitantes tecnocratas independentes".

O Hamas já havia indicado não ter interesse em governar o território no pós-guerra.

Para a segurança futura, os EUA preveem uma Força Internacional de Estabilização, cuja composição, segundo Rubio, terá de receber o aval de Israel, que deterá poder de veto.

A primeira fase do acordo de trégua, impulsionado por Donald Trump, incluiu a troca dos últimos 20 reféns vivos e 15 corpos detidos pelo Hamas por quase dois mil prisioneiros palestinianos e 195 corpos libertados por Israel.

As fases seguintes preveem a retirada total das forças israelitas e o desarmamento do Hamas.

Contudo, a diplomacia é ensombrada pela tensão em torno da Cisjordânia, após o parlamento israelita ter aprovado uma proposta preliminar de anexação, o que levou Trump e Rubio a advertirem que tal medida poria em risco o acordo de paz e o apoio dos EUA.

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