Municípios do interior temem isolamento informativo com eventual fim da distribuição de jornais



A administração da Vasp está a avaliar a necessidade de ajustar a distribuição diária de jornais em oito distritos do interior: Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Esta possibilidade gerou apreensão entre os autarcas locais, que veem a medida como uma ameaça ao direito fundamental à informação e um passo atrás na coesão territorial. Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara de Castelo Branco, alertou para o risco de "isolamento informativo das populações do interior", uma visão partilhada por António Pimentel, autarca de Mogadouro, que classificou a eventual suspensão como "mais uma machadada na coesão territorial".
Apesar da ameaça, os municípios continuam a ser importantes compradores de imprensa nacional e regional, garantindo o seu acesso em serviços públicos como bibliotecas, câmaras municipais e escolas.
Em Castelo Branco, o investimento traduz-se em mais de 11 mil exemplares anuais.
Vila Real investe anualmente 3.490 euros, enquanto Mogadouro despende 1.500 euros.
No Alentejo, Castro Verde (Beja) gasta 601,25 euros mensais, Viana do Alentejo (Évora) cerca de 430 euros por mês, e Arronches (Portalegre) também adquire publicações para distribuir por bibliotecas e juntas de freguesia.
A Câmara da Guarda, embora não especifique o valor, adquire diversos títulos para vários serviços municipais.
A exceção encontra-se em Tondela (Viseu), onde a autarquia não disponibiliza jornais nacionais, embora algumas escolas locais o façam.
Perante o cenário de possíveis cortes, os autarcas apelam à procura de soluções alternativas que salvaguardem a continuidade da distribuição, para que os cidadãos do interior não sejam privados do acesso a uma imprensa plural e de qualidade.






