
Nagasaki prepara-se para cerimónia do 80.º aniversário da bomba atómica



A cidade japonesa de Nagasaki ultima os preparativos para a cerimónia do 80.º aniversário do bombardeamento atómico, que se realiza no sábado, 9 de agosto. Um ensaio geral com cerca de 150 pessoas, incluindo funcionários e representantes de sobreviventes, teve lugar no Parque da Paz. Prevê-se a participação de 2.700 pessoas, um número mais modesto que os 55.000 recorde registados na cerimónia de Hiroshima, a 6 de agosto, em parte devido à previsão de chuva. O ponto alto da cerimónia será a adição dos nomes dos 'hibakusha' (sobreviventes, em japonês) falecidos no último ano à lista oficial de vítimas, que no ano passado totalizava 198.785 pessoas. A tarefa de colocar a lista na caixa memorial caberá a Yuriko Nakao, uma 'hibakusha' de 93 anos, para quem a data tem um significado duplo, pois marca também o aniversário da morte da sua mãe no bombardeamento.
O evento deste ano é marcado por complexidades diplomáticas.
A China anunciou que não participará, uma decisão inédita que coincide com o convite do governo local a Taiwan.
O número de países confirmados desceu de 101 para 95. Esta situação contrasta com a do ano anterior, quando a cidade optou por não convidar Israel, temendo manifestações relacionadas com a guerra na Faixa de Gaza, o que levou à ausência de membros do G7 (exceto o Japão) e da União Europeia.
A Rússia e a Bielorrússia também não foram convidadas em 2024 devido à guerra na Ucrânia.
Face a este cenário, o presidente da Câmara de Nagasaki, Shiro Suzuki, afirmou que este ano todos os países foram convidados com o objetivo de "ultrapassar todas estas divisões" e rezar pela paz.
Suzuki sublinhou ainda a importância de perpetuar a memória dos 'hibakusha' para que "as suas lições se tornem as nossas lições".
O bombardeamento de Nagasaki pelos Estados Unidos a 9 de agosto de 1945 ocorreu três dias após o de Hiroshima. O número total de mortos até à data, em consequência de ambos os ataques, é estimado em 400.000. Em paralelo, nos Estados Unidos, dezenas de ativistas antinucleares assinalaram a data protestando em frente ao Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, onde se fingiram de mortos para recordar as vítimas dos bombardeamentos.
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