Empresas de chocolate portuguesas preveem um Natal com boas vendas apesar do alto preço do cacau



As fabricantes de chocolate portuguesas, nomeadamente a Arcádia e a Casa Grande, perspetivam uma época de Natal positiva, considerada um dos períodos mais relevantes do ano para o setor. Francisco Bastos, administrador do grupo Arcádia, e André Vieira de Castro, CEO da Fábrica de Chocolates Casa Grande, partilham de um otimismo assente na forte ligação emocional dos produtos com a quadra e em fatores como os elevados níveis de emprego e a paz social, que incentivam os consumidores a momentos de indulgência.
Apesar das perspetivas favoráveis, o setor enfrenta o desafio contínuo do elevado custo da matéria-prima.
Embora o preço do cacau tenha diminuído 45% desde janeiro, após atingir máximos históricos, o seu valor atual, a rondar os 6.000 dólares por tonelada, permanece sensivelmente o dobro da média de 2.400 dólares registada no final de 2023.
Consequentemente, nenhuma das empresas prevê baixar os preços de venda ao público.
Ambas explicam que absorveram nas suas margens uma parte significativa do aumento dos custos para não o repercutir totalmente nos consumidores, e que a recente descida do cacau apenas permitiu estabilizar os preços, evitando novos aumentos a curto prazo.
Relativamente ao desempenho e planos futuros, a Arcádia projeta fechar o ano com um crescimento superior a 6% face a 2024, impulsionado pela fidelização de clientes e pelo reforço da sua presença nacional.
A empresa tem agendadas novas aberturas de lojas para dezembro em Ovar e Lisboa, e mais duas para 2026 no Montijo e novamente em Lisboa.
Por sua vez, a Casa Grande, após descontinuar alguns produtos devido ao custo do cacau, foca-se no crescimento das suas marcas próprias e na produção para terceiros ('private label'), prevendo manter a faturação de dois milhões de euros do ano anterior.









