Tensão Dupla: Governo Israelita Confronta Violência de Colonos e Retórica Radical Interna



O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu "medidas enérgicas" e a aplicação de "toda a força da lei" contra colonos radicais na Cisjordânia, após um aumento sem precedentes da violência.
Segundo dados das Nações Unidas, outubro registou o maior número de ataques de colonos em quase duas décadas, com pelo menos 264 incidentes.
Netanyahu classificou os responsáveis como um "pequeno grupo extremista", uma visão partilhada por outras figuras como o Presidente Isaac Herzog e o ministro da Defesa, Israel Katz.
Contudo, a organização de direitos humanos Yesh Din aponta para uma impunidade generalizada, com quase 94% das investigações sobre violência de colonos entre 2005 e 2024 a serem encerradas sem acusações formais. A escalada de violência ocorre num contexto de endurecimento da retórica por parte de membros da extrema-direita do governo. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, defendeu publicamente a prisão do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e a realização de "assassínios seletivos" de altos responsáveis palestinianos, caso o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução que abra caminho à criação de um Estado Palestiniano. Na mesma linha, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, reafirmou que a sua "missão de vida" é impedir um Estado palestiniano e defendeu a anexação da Cisjordânia. Estas declarações, que a Autoridade Palestiniana condenou como uma "política oficial" que mina a paz, surgem enquanto se aguarda uma votação no Conselho de Segurança da ONU sobre uma resolução que menciona "um caminho para um Estado palestiniano". Netanyahu, por sua vez, reiterou que a oposição do seu governo a um Estado palestiniano "não mudou minimamente".
Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, mais de mil palestinianos morreram na Cisjordânia em incidentes com militares e colonos, enquanto pelo menos 36 israelitas foram mortos na mesma região. Simultaneamente, a tensão mantém-se na fronteira norte de Israel.
O exército israelita anunciou ter morto um representante do Hezbollah, Muhamad Ali Shuweij, no sul do Líbano.
O Hezbollah advertiu o governo libanês contra fazer concessões a Israel, afirmando que o problema é a "agressão" israelita e não a "resistência".



















