Reino Unido vai reconhecer Palestina se Israel não aceitar cessar-fogo e solução de dois Estados

A situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu um ponto crítico, com relatos de dezenas de mortes diárias devido à fome. Milhares de palestinianos arriscam a vida em busca de alimentos, sendo que ataques aéreos e tiros israelitas no norte de Gaza terão resultado na morte de pelo menos 25 pessoas que procuravam ajuda.

Em resposta à pressão interna e externa, as forças israelitas anunciaram uma "pausa tática" nos combates em três zonas do enclave para facilitar a entrada de ajuda e permitiram que camiões com mantimentos entrassem a partir do Egito. Israel também confirmou o início da distribuição aérea de ajuda humanitária, uma solução que, no entanto, é criticada por especialistas por não resolver o problema da fome no território de forma eficaz.

Em contraste com estas medidas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intercetaram o navio humanitário "Handala", da organização Freedom Flotilla, em águas internacionais. A embarcação, que transportava leite em pó para bebés, alimentos e medicamentos, foi abordada a cerca de 150 quilómetros de Gaza. A organização denunciou a ação como uma violação do direito marítimo, afirmando que os seus 21 ativistas, de 12 nacionalidades, foram "raptados" e a carga apreendida.

O cenário agrava-se com o impasse nas negociações. Os Estados Unidos e Israel retiraram-se das conversações com o Hamas, acusando o grupo de não desejar um acordo, enquanto procuram "soluções alternativas" para um cessar-fogo. O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, comentou que é preciso "acabar o trabalho". Segundo o tenente-general Marco Serronha, especialista militar, as operações israelitas em Gaza cessariam se os EUA retirassem o seu apoio militar.