
Nova residência universitária do Porto paga com Queima das Fitas abre dia 11 de Setembro



A nova residência estudantil da Federação Académica do Porto (FAP), denominada Academia 24 do Marquês, abrirá portas a 11 de setembro na Praça do Marquês. O projeto, com um custo de 150 mil euros, foi integralmente financiado com receitas da Queima das Fitas do Porto, sem qualquer apoio do Estado ou de fundos europeus, conforme sublinhou o presidente da FAP, Francisco Fernandes.
A residência destina-se a 24 estudantes bolseiros, que serão encaminhados pelos Serviços de Ação Social. A infraestrutura, situada num andar do Instituto Profissional do Terço, dispõe de 24 camas distribuídas por dez quartos de diferentes dimensões, duas cozinhas equipadas, duas salas de estar, espaços de trabalho comuns, duas casas de banho e um salão de jogos.
Os quartos estarão divididos em alas separadas para rapazes e raparigas.
Este é o segundo projeto do género da FAP, seguindo o modelo da primeira residência inaugurada em 2023, perto da Estação de São Bento, partilhando um design interior que evoca as tradições académicas.
Esta iniciativa surge como uma resposta direta à grave crise de alojamento que afeta os estudantes universitários.
A FAP promoveu a inauguração com cartazes pela cidade com mensagens como "Quando o Estado falha, os Estudantes resolvem".
Francisco Fernandes destaca que o custo médio de um quarto no Porto ronda os 400 euros, mas que é mais comum encontrar valores entre 500 e 600 euros. Atualmente, para o ano letivo de 2025/26, existem pouco mais de 2.000 camas públicas para cerca de 24 mil estudantes deslocados na cidade, uma oferta que a FAP considera "muitíssimo insignificante". O presidente da FAP critica a inação do poder central e das próprias instituições de ensino superior, que, segundo ele, não priorizam o alojamento apesar de terem saldos financeiros positivos. Fernandes aponta que a execução do Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior está apenas a 13% e que, paradoxalmente, a oferta de camas nos serviços sociais é hoje menor do que em 2018, devido ao encerramento de residências para obras. A FAP defende a urgência de um novo plano nacional e a necessidade de, no mínimo, triplicar a oferta pública de camas até 2030.
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