Aquisição de Helicópteros Black Hawk Gera Controvérsia entre Governo e Especialistas

A recente aquisição de quatro helicópteros Black Hawk pelo Governo português para reforçar o serviço de emergência médica gerou uma acesa polémica, opondo a defesa do Ministro da Defesa às críticas de especialistas e sindicatos sobre a adequação das aeronaves.

O Governo português adquiriu quatro helicópteros Black Hawk para reforçar a frota da Força Aérea, com o objetivo de serem utilizados em missões de emergência médica do INEM. A compra, anunciada pelo Ministro da Defesa, Nuno Melo, tem um custo total de aproximadamente 32 milhões de euros, financiada através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que foram realocadas da área da saúde.

A entrega formal das aeronaves a Portugal está prevista para ocorrer até agosto do próximo ano.

A decisão, no entanto, dividiu opiniões.

O Ministro da Defesa, Nuno Melo, defende que os helicópteros são adequados para o propósito, citando um relatório do próprio INEM que classifica os aparelhos como uma "excelente escolha". Segundo o ministro, os Black Hawk U60 "satisfazem plenamente" ou até "superam os padrões esperados" na maioria dos requisitos avaliados.

A posição do INEM corrobora a visão governamental, considerando a aquisição positiva.

Contudo, a escolha enfrenta fortes críticas por parte de especialistas e estruturas sindicais.

Rui Lázaro, do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar, afirmou que o ministro está "absolutamente errado" e que os novos helicópteros não são adequados para as missões de socorro. Lázaro alertou ainda para a falta de pilotos para operar estas aeronaves.

Outras fontes sublinham que os Black Hawk não são a melhor solução para prestar socorro e que, adicionalmente, também não podem ser utilizados em missões militares.

A polémica centra-se, assim, na adequação técnica das aeronaves para as funções específicas de emergência médica em Portugal, apesar do aval de algumas entidades oficiais.

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