
Novo primeiro-ministro francês salva feriados nacionais e abre debate a (quase) todos



O governo de François Bayrou foi derrubado pelo parlamento francês numa moção de censura, após a apresentação de propostas de cortes na despesa pública. A queda do executivo obrigou o Presidente Emmanuel Macron a nomear o quarto primeiro-ministro em menos de um ano, num reflexo da acentuada instabilidade política que o país atravessa, que já resultou na nomeação de sete primeiros-ministros desde 2017. O escolhido para a chefia do governo foi Sébastien Lecornu, de 39 anos, descrito como um "soldado leal" a Macron e que integrou todos os executivos desde a sua primeira eleição. Lecornu é visto como uma figura sem carisma ou ambições presidenciais, o que o torna uma escolha segura para um presidente enfraquecido.
É reconhecido pela sua capacidade de diálogo com todo o espectro político e por não pertencer às tradicionais elites formadas nas ‘grandes écoles’.
No entanto, o seu percurso inclui insucessos, como o boicote ao referendo na Nova Caledónia enquanto ministro dos Territórios Ultramarinos e o colapso da influência francesa no Sahel quando tutelava a pasta da Defesa.
Nos seus primeiros dias em funções, Lecornu procurou distanciar-se do seu antecessor, recuando no plano de austeridade de 44 mil milhões de euros de Bayrou. Uma das primeiras medidas foi anular a supressão de dois feriados.
O seu principal objetivo é conseguir a aprovação do Orçamento do Estado para 2026, procurando o apoio ou a abstenção do Partido Socialista, do Partido Comunista e de Os Verdes. Para tal, poderá apresentar um "novo Orçamento" que também tente agradar aos conservadores, uma tarefa difícil dadas as visões opostas sobre como estabilizar as finanças públicas de um país com uma dívida de 3,3 biliões de euros e um défice de 5,4% do PIB. Esta crise governamental ocorre num contexto de forte contestação social, com mais de 100 mil franceses a manifestarem-se contra a austeridade e com greves sindicais agendadas. A instabilidade já teve consequências económicas, com a agência de notação Fitch a cortar o 'rating' da dívida francesa.
Para além da questão orçamental, Lecornu já anunciou um projeto para criar uma rede nacional de saúde para garantir o acesso a cuidados médicos em 30 minutos.
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