Nuremberga em Análise: Entre o Brilhantismo de Crowe e a Superficialidade do Drama



Entre as principais estreias cinematográficas da semana destaca-se “Nuremberga”, um drama histórico realizado por James Vanderbilt que se debruça sobre o julgamento dos crimes de guerra nazis. O filme, que estreou a 4 de dezembro, baseia-se no livro “The Nazi and the Psychiatrist” de Jack El-Hai e centra-se na figura do psiquiatra americano Douglas Kelley, interpretado por Rami Malek.
A sua missão é avaliar a sanidade mental dos prisioneiros nazis para garantir que estão aptos a ser julgados, o que o coloca num intenso duelo psicológico com Hermann Göring, o astuto braço direito de Hitler, encarnado por Russell Crowe.
A interpretação de Russell Crowe é amplamente elogiada pela crítica, sendo descrita como “magistral” e “monumental”.
O seu Göring é caracterizado como um “pavão fascista, vaidoso e espirituoso”, cujo charme perigoso e sarcasmo calculado constituem o ponto alto da obra.
Ao seu lado, Rami Malek interpreta o psiquiatra com um olhar “entre a curiosidade e a paranoia”.
O elenco conta ainda com nomes como Michael Shannon, Leo Woodall, Colin Hanks e Richard E. Grant.
A receção crítica ao filme, no entanto, é mista.
Enquanto a revista “Empire” o considera “bem ritmado” e com um “apelo urgente para enfrentar o fascismo”, outras análises apontam-lhe falhas significativas.
O “The Observer” classifica-o como “sólido, embora ligeiramente pesado”.
Críticas mais severas acusam o realizador de transformar o julgamento num “espetáculo de ego e cinismo”, demasiado polido, superficial e “bem-comportado”.
Aponta-se que o filme está mais fascinado pelo “teatro do poder do que pela verdade da barbárie”, tornando o mal “fotogénico” e o horror “fácil de ver”, uma superficialidade que se torna evidente quando Vanderbilt insere imagens reais dos campos de concentração.
Para além de “Nuremberga”, outras estreias chegam esta semana aos cinemas.
Entre elas contam-se a comédia romântica “Eternity — Para Sempre”, com Elizabeth Olsen, a nova realização de Teresa Villaverde, “Justa”, e o regresso de Hal Hartley com “Onde Aterrar”.















