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Um ano após a morte de Odair Moniz

Um ano após a morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP, a atuação policial nos bairros periféricos e a situação dos seus residentes continuam a ser temas de grande preocupação, com poucas mudanças estruturais a serem assinaladas.
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Passado um ano sobre a morte de Odair Moniz, um cidadão cabo-verdiano de 43 anos, a situação nos bairros periféricos de Lisboa parece ter mudado pouco. Moniz, residente no Bairro do Zambujal, foi mortalmente baleado por um agente da PSP na Cova da Moura a 21 de outubro de 2024. O polícia em causa foi acusado do crime de homicídio pelo Ministério Público e o início do seu julgamento está agendado para o tribunal de Sintra.

Segundo o investigador em estudos urbanos, António Brito Guterres, a atuação policial nas chamadas "zonas urbanas sensíveis" não sofreu alterações significativas desde o incidente.

Esta perceção é corroborada por Edgar Cabral, dirigente da associação de moradores do Bairro do Zambujal, que afirma que a presença policial se intensificou. Cabral descreve um aumento da tensão, referindo que "a polícia chega, coloca as pessoas numa parede e sente-se ali um bocado de raiva da polícia, que não se via antes".

António Brito Guterres lamenta a ausência de "nenhum movimento de política pública relevante" para combater o racismo, que acredita estar associado ao homicídio.

O investigador critica ainda a instrumentalização política das populações mais vulneráveis, incluindo imigrantes e residentes destes territórios, que se tornaram um "bode expiatório para alcançar votos", não só para a extrema-direita.

Guterres denuncia a narrativa que responsabiliza os mais pobres pela pobreza geral, enquanto os mais ricos beneficiam de isenções fiscais.

O único ponto positivo assinalado por Guterres foi o aumento da participação cívica de residentes destes bairros, que se sentiram motivados a tomar uma posição pública após a morte de Odair. Contudo, critica o facto de o protagonismo mediático que lhes foi concedido ter sido efémero e de continuarem excluídos dos processos de decisão política que afetam diretamente os seus territórios.

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