
Análise da Notação Financeira dos Açores pela Fitch



A agência Fitch Ratings confirmou o ‘rating’ da Região Autónoma dos Açores em “BBB”, mantendo uma perspetiva de longo prazo estável.
A avaliação reflete a expectativa de que a região consiga exercer contenção nos gastos nos próximos cinco anos, o que deverá resultar num crescimento das despesas correntes ('opex') mais lento do que o aumento da receita operacional. A sustentabilidade das despesas da região foi, no entanto, classificada como “Média”.
Em 2024, o saldo operacional dos Açores diminuiu para 111 milhões de euros, face aos 139 milhões de 2023, um decréscimo atribuído ao aumento da despesa corrente, impulsionado pela inflação e pelos custos no setor da saúde.
Contudo, a Fitch espera que a receita fiscal continue a crescer nos próximos quatro anos, beneficiando do forte crescimento económico nacional, e que o saldo de capital melhore com o contributo dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A liquidez da região é considerada “restrita”, com reservas de 7 milhões de euros no final de 2024, face a 183,6 milhões em contas a pagar. Ainda assim, a agência nota que as entradas operacionais são equilibradas ao longo do ano e que a região tem acesso a 225 milhões de euros em linhas de crédito.
A Fitch avalia o perfil financeiro dos Açores “na extremidade inferior da categoria ‘bbb’”, mas projeta uma melhoria nos indicadores de dívida até 2029. Prevê-se que o rácio de retorno da dívida se aproxime de 17 vezes (comparado com 35 vezes em 2024) e que o peso fiscal da dívida diminua para perto de 310% (de 350% em 2024). Apesar destas melhorias, a dívida direta da região deverá aumentar ligeiramente para perto de 3,4 mil milhões de euros até 2029, face aos 2,953 mil milhões em 2024. A análise menciona ainda que, em 2025, a região recebeu um empréstimo de 150 milhões de euros do Tesouro de Portugal, o segundo desde 2012.
Em janeiro, a agência DBRS já tinha subido o ‘rating’ dos Açores para “BBB”.
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