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Défices Virtuosos: A Crítica de Ferreira Leite à Redução da Dívida à Custa do Investimento

A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, defende a existência de "défices virtuosos" e critica a forma como o equilíbrio orçamental foi alcançado em Portugal, argumentando que os cortes no investimento público essencial têm consequências piores do que um défice controlado.
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Numa conferência sobre as propostas do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), realizada em Lisboa, a antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite defendeu que um défice orçamental não é, por si só, imediatamente negativo. A economista introduziu o conceito de "défices virtuosos", argumentando que o mais importante não é o valor do défice, mas sim "a forma como se atinge esse défice".

Segundo Ferreira Leite, pode haver virtualidades em défices orçamentais, desde que estes sejam "verdadeiramente equilibrados".

A antiga presidente do PSD ressalvou não ser favorável ao regresso aos défices, mas criticou duramente a estratégia de redução da dívida seguida em Portugal desde a intervenção da 'troika'.

Considerou que este processo deveria ter sido feito "de uma forma bastante mais equilibrada", pois foi alcançado à custa de cortes no investimento público "absolutamente essencial", com consequências negativas para o funcionamento da economia e para a prestação de serviços sociais, como a saúde e a educação. Para ilustrar o seu ponto de vista, comparou a situação à de uma família que, para pagar uma dívida, corta na alimentação dos filhos, deixando-os "em muito mau estado, não só físico como intelectual".

Questionada se Portugal deveria ter atualmente um défice em vez de um excedente, Ferreira Leite esclareceu que não defende um défice "às cegas", mas sim que cortar no investimento "a todo preço não vale a pena", pois a redução do défice obtida dessa forma "não é real".

Descreveu o momento atual como o da "construção possível, mas não a necessária para corresponder a dez anos de destruição".

A proposta do Governo para o OE2026, em discussão no parlamento, prevê um excedente de 0,1% do PIB.

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