
Negociações para o Orçamento do Estado de 2026



Após uma reunião com o primeiro-ministro na residência oficial de São Bento, André Ventura afirmou aos jornalistas que, embora não tenha sido alcançado um entendimento, esse não era o objetivo do encontro. O líder do Chega classificou a reunião como um "primeiro diálogo" e o início de um "caminho de responsabilidade", sublinhando que o processo se encontra numa fase "muito preliminar" mas que existe um esforço de ambas as partes para uma "construção positiva".
Durante as conversações, Ventura transmitiu ao primeiro-ministro a "exigência muito firme" do seu partido em matérias consideradas fundamentais.
Entre as medidas que o Chega considera "não negociáveis" para viabilizar o orçamento estão a descida de impostos, nomeadamente do IRS, o reforço da dotação para a justiça e segurança, o controlo de fronteiras, o aumento do complemento solidário para idosos e o fim das portagens em algumas zonas do país.
Segundo Ventura, o primeiro-ministro mostrou abertura para continuar a dialogar sobre estes pontos.
O presidente do Chega reiterou que o partido não será uma "muleta do Governo" e que não passará "cheques em branco", avisando que não aceitará um orçamento que não consagre medidas já aprovadas, como as relativas às pensões e ao complemento solidário. Questionado sobre um eventual diálogo do executivo com o PS, Ventura afirmou não fazer "birras", mas defendeu que o Governo terá de escolher entre o caminho da direita — menos impostos e burocracia e combate à corrupção — e o do PS.
André Ventura indicou ainda que serão agendadas novas reuniões, algumas de cariz técnico, para dar seguimento ao processo negocial.
Adicionalmente, anunciou que os nomes que irão compor o "governo-sombra" do Chega seriam conhecidos na quinta-feira seguinte à reunião.
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