Pagamentos em Numerário: Testemunho de Ex-Secretária Adensa Controvérsia no Julgamento de Sócrates



Durante uma sessão do julgamento do processo Operação Marquês, Maria João Santos, uma ex-secretária de José Sócrates, confirmou em tribunal que o antigo primeiro-ministro lhe pagou por serviços prestados com dinheiro em numerário.
A entrega dos montantes era efetuada pelo motorista de Sócrates, João Perna. A prestação de serviços, descrita como informal, teve início em 2013, após o regresso de José Sócrates de Paris.
Na altura, o antigo chefe de Governo (2005-2011) pediu a Maria João Santos, que era funcionária do Partido Socialista (PS), para solicitar uma licença sem vencimento para trabalhar para si.
A testemunha declarou: “Nunca tive nenhum contrato com José Sócrates.
[…] Se eu não tenho um contrato, no fundo ele está a dar-me uma ajuda pelos serviços que estou a prestar de secretariado”.
Confirmou que as entregas de dinheiro ocorriam exclusivamente na sua residência em Azeitão, Setúbal, contrariando as suspeitas baseadas em interceções telefónicas que apontavam também a sede do PS, em Lisboa, como local de pagamento. Este testemunho surge no contexto de um processo em que José Sócrates, de 68 anos, está pronunciado por 22 crimes, incluindo três de corrupção.
A acusação alega que o antigo primeiro-ministro recebeu dinheiro para favorecer o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o resort Vale do Lobo.
O Ministério Público sustenta que os montantes foram recebidos através de testas-de-ferro e distribuídos em numerário a pessoas próximas de Sócrates. João Perna, o motorista de 56 anos, é também arguido no processo, respondendo por um crime de branqueamento de capitais. O processo Operação Marquês envolve um total de 21 arguidos, que enfrentam 117 crimes económico-financeiros e que, na sua generalidade, têm negado as acusações.
O julgamento decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa desde 3 de julho, com sessões agendadas pelo menos até 18 de dezembro de 2025.
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