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Operação Marquês: José Sócrates diz que não meteu “dinheiro ao bolso” com casas da Venezuela

O antigo primeiro-ministro José Sócrates negou em tribunal, de forma exaltada, ter recebido qualquer contrapartida financeira pela adjudicação de um projeto de habitação social na Venezuela ao grupo Lena.
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Durante o sétimo dia do seu depoimento no âmbito da Operação Marquês, o antigo primeiro-ministro José Sócrates insistiu que não obteve benefícios financeiros com a seleção do grupo Lena para um projeto de construção de habitação social na Venezuela, iniciado em 2008.

Questionado pelo procurador Rómulo Mateus, Sócrates respondeu em tom exaltado: “Não meti dinheiro ao bolso.

Não confunda os meus bolsos, porque julgamos muitas vezes os outros à nossa medida”.

Esta declaração resultou numa advertência por parte da presidente do coletivo de juízes, Susana Seca.

A sessão em tribunal foi dedicada a pedidos de esclarecimento sobre o envolvimento do grupo Lena.

O ex-governante reiterou que não acompanhou nem teve qualquer intervenção na escolha da empresa para a construção de milhares de casas na Venezuela, mesmo após ser confrontado com vários 'e-mails' entre terceiros.

Segundo Sócrates, a atuação do seu governo representou um “comportamento diligente” alinhado com uma política de diplomacia económica, negando qualquer “favorecimento” ao grupo Lena.

Em contraponto, admitiu ter tido intervenção direta no projeto do computador Magalhães, no qual lidou com o então presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Anteriormente, a juíza Susana Seca já tinha impedido o Ministério Público de fazer perguntas sobre transferências financeiras suspeitas, indicando que esse assunto seria abordado num momento posterior do interrogatório.

José Sócrates, de 67 anos, está pronunciado por 22 crimes, incluindo três de corrupção por alegadamente ter recebido dinheiro para beneficiar o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o empreendimento Vale do Lobo.

O processo da Operação Marquês envolve um total de 21 arguidos e 117 crimes económico-financeiros.

O julgamento decorre desde 3 de julho no Tribunal Central Criminal de Lisboa, com os arguidos, em geral, a negarem as acusações.

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