Justiça russa condena opositores Serguei Udaltsov e Galina Timchenko a penas de prisão



O opositor russo Serguei Udaltsov, líder do movimento Frente das Esquerdas, foi condenado a seis anos de prisão numa colónia penal de segurança máxima por "defender o terrorismo".
A acusação baseou-se num artigo que publicou online em apoio a outro grupo de ativistas.
Após a leitura da sentença, Udaltsov, que classificou as acusações como "totalmente absurdas" e fabricadas, anunciou o início de uma "greve de fome mortal". O ativista acredita que a sua perseguição está relacionada com as eleições presidenciais de março de 2024 e o seu apoio a candidatos opositores a Vladimir Putin. Udaltsov já tinha cumprido quase cinco anos de prisão pelo seu papel nos protestos antigovernamentais de 2012. Paralelamente, a Justiça russa condenou à revelia Galina Timchenko, fundadora do portal de notícias independente Meduza, a cinco anos de prisão.
O tribunal acusou-a de continuar a desenvolver atividades numa organização declarada "indesejável" pela Procuradoria-Geral em 2023.
Timchenko, que reside em Riga, na Letónia, também foi classificada como "agente estrangeira" por se opor à guerra na Ucrânia e propagar o que as autoridades consideram "notícias falsas". O portal Meduza, fundado em 2014, está bloqueado na Rússia desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia. Estes casos inserem-se num contexto de intensificação da repressão da dissidência na Rússia, especialmente desde o início da guerra.
A lei das "organizações indesejáveis", aprovada em 2015, é vista pelo Ocidente como um instrumento para silenciar vozes da oposição.
As autoridades russas têm visado grupos de direitos humanos, meios de comunicação social independentes e ativistas, resultando em centenas de detenções e no exílio de milhares de pessoas.





















