Morte de Opositor na Prisão Expõe Crise dos Direitos Humanos na Venezuela



A organização não governamental (ONG) Foro Penal anunciou a morte de Alfredo Díaz, ex-governador do estado de Nueva Esparta, que se encontrava detido há mais de um ano em isolamento. Com a sua morte, eleva-se para 17 o número de presos políticos que morreram sob custódia do Estado na Venezuela desde 2014, segundo a mesma ONG.
A denúncia foi amplamente divulgada nas redes sociais, gerando reações de várias entidades políticas e de direitos humanos. Alfredo Díaz, de 55 anos, estava preso em El Helicoide, uma conhecida prisão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN).
O presidente do Foro Penal, Alfredo Romero, classificou o acontecimento como "revoltante" e responsabilizou o Estado pela saúde e vida dos detidos.
O vice-presidente da organização, Gonzalo Himiob, sublinhou que, de acordo com o Protocolo de Minnesota, a morte de Díaz é "potencialmente ilícita" e deve ser objeto de uma investigação imparcial.
A ONG Encontro, Justiça e Perdão (EJP) informou que o ex-governador sofreu um ataque cardíaco e que durante o seu encarceramento lhe foi negado o contacto com os familiares, alegando "ordens superiores".
A detenção de Díaz, em novembro de 2024, foi descrita como arbitrária pela EJP, que refere que as acusações de "incitação ao ódio e terrorismo" foram feitas sem provas, sendo frequentemente usadas contra dissidentes.
Várias organizações e figuras políticas, incluindo a mulher de Díaz, Leynys Malavé, exigem uma investigação transparente para apurar responsabilidades.
Partidos da oposição, como o Vontade Popular e a Plataforma Unitária Democrática (PUD), condenaram a morte, descrevendo-a como uma consequência de um sistema repressivo e referindo-se à sua detenção como um "sequestro".
Nas redes sociais, políticos acusam o Estado de ter negado assistência médica a Díaz durante meses.
Este caso volta a chamar a atenção para a situação dos presos políticos no país.
Segundo dados do Foro Penal, existem atualmente 887 pessoas presas por motivos políticos na Venezuela, incluindo 770 homens, 117 mulheres, civis, militares e cidadãos estrangeiros.
A organização desconhece o paradeiro de 60 destes detidos.











