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Entre a Violência Policial e o Domínio dos Gangs: O Dilema Brasileiro

Uma recente e letal megaoperação policial no Rio de Janeiro expõe a complexa realidade do Brasil, onde quase 30 milhões de cidadãos vivem sob o controlo de fações criminosas que substituem o Estado na prestação de serviços básicos.
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Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Interna revela uma realidade alarmante no Brasil: 28,5 milhões de pessoas, o equivalente a 19% da população, vivem em áreas controladas por organizações criminosas. Este número representa um aumento de cinco pontos percentuais em relação a 2024 e demonstra a expansão do poder destes grupos, que já ultrapassou as fronteiras das favelas para se instalar em bairros de classe média.

Nestes territórios, os cidadãos são forçados a pagar a gangs por serviços essenciais como habitação, água, luz, internet e até alimentos, sendo obrigados a recorrer a fornecedores indicados pelas fações ou às suas empresas de fachada, sob pena de tortura ou morte.

A ausência do Estado nestas áreas é, segundo o investigador Leonardo Silva, total.

Prova disso é a existência de cemitérios clandestinos utilizados para ocultar os corpos das vítimas, um facto que se reflete nos dados do inquérito, onde 8% dos inquiridos admitem ter familiares ou conhecidos desaparecidos.

Além disso, cerca de 45 milhões de brasileiros (27% da população) alteram as suas rotinas diárias para evitar as “cracolândias”, mercados de droga a céu aberto. Este ambiente empurra muitos jovens para o crime, que o veem como a única forma de obter rendimento e estatuto, ficando depois presos a um ciclo de violência e ameaças. Em resposta a este cenário, foi levada a cabo uma megaoperação policial “sem precedentes” em favelas do Rio de Janeiro, que resultou em mais de uma centena de mortos e dividiu a opinião política entre o aplauso da direita e a condenação da esquerda, que a classificou como uma “chacina”. Apesar da letalidade, a intervenção obteve um apoio esmagador de 87% entre os moradores das favelas e o apoio da maioria da restante população da cidade.

No entanto, a consultora política Gil Castillo adverte que, embora estas ações possam gerar uma sensação de segurança na população, não se espera que tenham um impacto real na contenção do crime organizado a longo prazo.

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