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Planalto Mirandês. Pastores: ataques de lobos são calamidade
Agricultores em Crise: Dos Ataques de Lobos no Continente ao Temporal na Madeira, um Setor Pede Socorro
Desde o Planalto Mirandês à ilha da Madeira, os produtores agrícolas portugueses enfrentam prejuízos avultados, seja por ataques de animais selvagens ou por fenómenos meteorológicos extremos, clamando por uma intervenção urgente do Governo para mitigar as perdas.
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O setor agrícola em Portugal enfrenta desafios significativos em diferentes frentes, com produtores a reportarem perdas consideráveis e a solicitarem apoio governamental.
No Planalto Mirandês, nos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, os pastores descrevem os constantes ataques de lobos como uma “calamidade” que está a sufocar a pecuária local e a deixar os produtores “assustados e desmotivados”. Os prejuízos financeiros são avultados, com o valor de uma ovelha a poder atingir os 250 euros e o de um cordeiro os 100 euros.
O pastor Viriato Domingues relatou ter perdido 20 ovelhas e quatro cordeiros num único ataque em junho, e apesar de ter reportado o caso ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), ainda não foi notificado sobre a compensação.
Os criadores de gado afirmam que os ataques são quase diários, um número superior aos 32 incidentes registados oficialmente pelo ICNF entre o início do ano e meados de setembro.
Perante o medo, alguns pastores, como António Padrão, chegam a dormir nos estábulos para proteger os seus rebanhos.
Os produtores apelam aos ministérios da Agricultura e do Ambiente, argumentando que se o lobo-ibérico — uma espécie com estatuto de “em perigo” — é para ser protegido, devem ser criadas condições para tal, sugerindo que parte dos fundos de proteção seja usada para alimentar os animais. Em julho, foi apresentado o Programa Alcateia 2025-2035, com um orçamento de 3,3 milhões de euros para este ano, que prevê a revisão das indemnizações.
Contudo, os pastores sentem que as medidas atuais são insuficientes.
Paralelamente, na Madeira, os agricultores de cana-de-açúcar também enfrentam um cenário desolador. O partido Juntos Pelo Povo (JPP) alertou para a necessidade de um levantamento urgente dos prejuízos causados por um temporal na Ponta do Sol e na Ribeira Brava. A perda de grande parte da produção agrava uma situação já difícil, marcada pelo aumento dos custos de mão de obra e dos fatores de produção.
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