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Expansão de negócios do grupo criminoso PCC em Portugal

A maior organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), estará a expandir as suas operações para Portugal, diversificando os seus negócios para além do tráfico de droga e gerando um debate entre especialistas e autoridades sobre a real dimensão da ameaça.
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Roberto Uchôa, consultor em crime organizado e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, alertou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) já atua em Portugal para além do tráfico de estupefacientes. Segundo o especialista, a maior organização criminosa da América Latina está a adquirir estabelecimentos comerciais, imóveis e há suspeitas de eventuais investimentos em clubes de futebol, embora não tenham sido especificados quais.

O grupo estará também envolvido em crimes digitais, lavagem de dinheiro e operações logísticas, com várias investigações em curso.

Uchôa recordou uma operação conjunta de 2023 entre a Polícia Judiciária portuguesa e a Polícia Federal brasileira que desmantelou um esquema de corrupção no Consulado-Geral de Portugal no Rio de Janeiro. Neste esquema, membros do PCC e do Comando Vermelho pagavam a funcionários do consulado para obterem documentos de nacionalidade falsificados, com o objetivo de se fixarem legalmente em Portugal.

O consultor destacou, no entanto, os avanços na cooperação entre os dois países, com uma troca direta de informações entre as autoridades policiais.

A perceção sobre a gravidade da situação não é unânime.

Em julho, o diretor da Polícia Federal do Brasil, Andrei Rodrigues, afirmou que não existia motivo para o alarme criado em torno da presença do PCC em Portugal, sugerindo a existência de "interesses laterais".

Na mesma linha, o ministro da Justiça brasileiro, Ricardo Lewandowski, considerou a presença de fações brasileiras no país como "situações episódicas" e não uma "colaboração estrutural".

Estas declarações foram, contudo, rebatidas por Roberto Uchôa.

O consultor citou o promotor Lincoln Gakiya, um dos maiores especialistas em PCC no Brasil, que também discordou da posição das autoridades. Uchôa sugeriu que as declarações oficiais podem ser uma "gestão diplomática" para não projetar o Brasil como um foco de instabilidade internacional, mas insistiu que, a um nível micro, "o problema já é muito real".

O PCC surgiu há três décadas nas prisões de São Paulo, enquanto o Comando Vermelho foi criado em 1979 no Rio de Janeiro.

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