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Gestão Florestal e Desvalorização dos Profissionais do Setor em Portugal

A vulnerabilidade de Portugal aos incêndios é acentuada por uma gestão florestal deficiente e pelo desmantelamento dos serviços de apoio, uma situação que contrasta com a falta de reconhecimento dos bombeiros e sapadores florestais por parte do poder político.
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O professor e investigador Pedro Bingre do Amaral alerta para a profunda transformação da paisagem nacional, que resultou num território altamente inflamável.

Segundo o especialista, a acumulação de combustível vegetal tornou-se inevitável, bastando poucas ignições para gerar incêndios de grandes dimensões.

Bingre do Amaral aponta como causas desta situação o desmantelamento dos serviços florestais, que considera ter sido um dos maiores erros das últimas décadas, e a estrutura da propriedade.

Salienta que Portugal é um caso único na Europa por ter menos de 2% de floresta pública e levanta a possibilidade de até 60% dos terrenos rústicos estarem registados em nome de proprietários já falecidos, o que dificulta a gestão. Neste contexto de elevado risco, o Parlamento chumbou uma proposta de lei que visava atribuir a qualificação de profissão de desgaste rápido e um subsídio de risco aos Bombeiros de Associações Humanitárias e aos Sapadores Florestais. A decisão foi veementemente condenada pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SinFAP), que a classificou como um "insulto" e um sinal de "desvalorização e ingratidão" para com profissionais que arriscam a vida para proteger pessoas e bens. O sindicato argumenta que é inaceitável que estas duas classes, que constituem a primeira linha de resposta em todo o tipo de emergências e catástrofes e que realizam o duro trabalho de prevenção, continuem a ser ignoradas. O SinFAP sublinha que estes trabalhadores enfrentam diariamente riscos extremos, longas horas de trabalho físico e psicológico extenuante e exposição constante a ambientes hostis.

A organização sindical considera que o chumbo da proposta revela falta de visão e respeito, exigindo que a decisão seja revertida. Para o SinFAP, não se trata de um pedido de privilégios, mas sim de justiça, para que o desgaste e o risco inerentes a estas profissões sejam finalmente reconhecidos.

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