Nova Liderança na ANMP: Pedro Pimpão Assume Presidência com Desafios de Financiamento e Coesão Territorial



O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão, foi eleito o novo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) durante o XXVII Congresso da entidade, realizado em Viana do Castelo.
Sendo o único candidato, Pimpão obteve 86,7% dos votos, sucedendo a Luísa Salgueiro, que passa a presidir à Mesa do Congresso.
A eleição reflete a mudança de poder autárquico resultante das eleições de 12 de outubro, nas quais o PSD superou o PS em número de municípios (136 contra 128), devolvendo a liderança da ANMP aos sociais-democratas desde 2013.
O novo Conselho Diretivo é composto por um presidente, cinco vice-presidentes e 11 vogais.
Os vice-presidentes eleitos são Ana Abrunhosa (Coimbra), Amadeu Albergaria (Santa Maria da Feira), Ricardo Leão (Loures), Nuno Piteira Lopes (Cascais) e Flávio Massano (Manteigas).
A presidência do Conselho Fiscal foi entregue a Vítor Calisto Marques (Caldas da Rainha).
No seu primeiro discurso, Pedro Pimpão prometeu "lealdade" para com o Governo, mas também "intransigência na defesa dos interesses dos municípios", sublinhando que a sua candidatura é suprapartidária e visa integrar as diversas tendências políticas e realidades territoriais do país.
O congresso foi também marcado por importantes reivindicações.
A presidente cessante, Luísa Salgueiro, defendeu a aprovação de uma nova Lei das Finanças Locais como uma "necessidade imperiosa do país", com efeitos no Orçamento do Estado de 2027.
Salgueiro argumentou que a lei atual está desajustada face às novas competências assumidas pelos municípios e que a descentralização só será bem-sucedida com os meios financeiros e humanos adequados, apontando necessidades nas áreas da educação, saúde e ação social.
Outro tema central foi a regionalização.
A ANMP considera-a fundamental para corrigir as desigualdades e o desequilíbrio territorial de Portugal, um país que continua "extremamente centralizado".
Os autarcas defendem a criação de regiões administrativas com órgãos eleitos diretamente para aproximar os centros de decisão dos cidadãos e aprofundar a democracia, notando que o peso da receita dos governos locais em Portugal (12,6%) está muito abaixo da média da Zona Euro (21,2%).

















