
Pelo menos quatro mortos em ataque em Mocímboa da Praia



Pelo menos seis pessoas, identificadas como camponeses, foram mortas no sábado, no distrito de Muidumbe, enquanto trabalhavam nos seus campos agrícolas na zona de Lipélwa.
De acordo com fontes locais, os rebeldes, alegadamente ligados ao Estado Islâmico, surpreenderam as vítimas durante o dia. Além das mortes, os atacantes saquearam campos de produção de milho, mandioca, banana e cana-de-açúcar, e queimaram viaturas. Um segundo ataque ocorreu no domingo à noite, por volta das 23:00, na vila sede de Mocímboa da Praia.
Neste incidente, supostos terroristas entraram a disparar de forma indiscriminada no bairro Filipe Nyusi, matando quatro pessoas e incendiando uma viatura que se encontrava estacionada.
Este ataque aconteceu apesar da presença de Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e de um contingente do Ruanda na vila.
Os ataques geraram medo e deslocamento entre os residentes. Em Muidumbe, os camponeses de Lipélwa e de zonas vizinhas abandonaram os seus campos e fugiram para a vila sede do distrito.
Os corpos das vítimas mortas no sábado permaneceram insepultos na zona dos ataques, pois os residentes temiam regressar devido à contínua presença dos rebeldes.
Em Mocímboa da Praia, a população procurou refúgio no comando distrital da polícia após o ataque.
A província de Cabo Delgado, que enfrenta uma insurgência armada desde 2017, tem registado um recrudescimento de ataques desde junho. Segundo dados de uma agência das Nações Unidas, só em julho, os ataques de grupos extremistas causaram 29 mortos e afetaram 208 mil pessoas. Um estudo do Centro de Estudos Estratégicos de África indica que, em 2024, já se registaram pelo menos 349 mortes no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, sendo a maioria dos ataques reivindicada pelo grupo Estado Islâmico.
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