Cessar-Fogo Sob Ameaça: A Espiral de Violência entre Israel e Palestinianos Intensifica-se



A trégua acordada entre Israel e o Hamas está a ser minada por uma nova onda de violência, com acusações mútuas de violações. Nas últimas 24 horas, bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, nomeadamente em Khan Yunis e Bani Suhaila, causaram mais de 30 mortos, elevando o número total de vítimas mortais para mais de 300 desde o início do cessar-fogo, há um mês.
Telavive afirma que as suas ações são uma retaliação a ataques do Hamas, enquanto o Qatar condenou os bombardeamentos israelitas, considerando-os uma "escalada perigosa" que ameaça o acordo.
A situação na Cisjordânia é igualmente crítica, descrita como um dos "momentos mais intensos e mortíferos" dos últimos anos.
A organização Human Rights Watch (HRW) acusou Israel de cometer "crimes de guerra" ao expulsar à força 32 mil palestinianos de campos de refugiados e impedir o seu regresso. Além disso, Israel planeia confiscar uma vasta área de território de importância arqueológica em Sebastia e colonos estabeleceram um novo colonato ilegal perto de Belém.
A violência na Cisjordânia já resultou na morte de pelo menos 1.006 palestinianos desde o início da guerra em Gaza. No plano diplomático, o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, Mohammad Mustafa, defendeu em Bruxelas que a solução de dois Estados é a "única maneira possível" de terminar o conflito, um apelo que recebeu o apoio da União Europeia.
A comissária europeia para o Mediterrâneo instou Israel a desbloquear as receitas fiscais devidas à Autoridade Palestiniana.
Simultaneamente, a instabilidade estende-se à fronteira israelo-libanesa, onde a força da ONU (FINUL) registou mais de 10 mil violações do cessar-fogo num ano.
O conflito tem também repercussões internacionais, com a detenção de centenas de apoiantes do grupo Palestine Action em protestos no Reino Unido e a investigação por parte de Israel de uma alegada rede do Hamas na Europa, com possíveis ligações à Turquia.





















