Plano de Drenagem de Lisboa: A Obra 'Invisível' de 250 Milhões para Proteger a Capital das Cheias



O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, classificou o Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) como a "maior obra de adaptação climática da Europa" e a mais importante dos últimos 100 anos para a cidade. O projeto, aguardado há duas décadas, visa proteger os lisboetas das cheias através da construção de um sistema de túneis para escoar as águas pluviais.
A declaração foi feita durante a cerimónia que marcou o início da escavação do segundo grande túnel da empreitada, que ligará o Beato a Chelas.
A obra consiste na construção de dois túneis principais.
O primeiro, com quase cinco quilómetros de extensão, entre Campolide e Santa Apolónia, foi iniciado em dezembro de 2023 e já se encontra concluído. A nova fase, agora em curso, foca-se num segundo túnel de um quilómetro, entre Chelas e o Beato.
Estes túneis irão captar a água de pontos altos da cidade, como Monsanto e Chelas, e de zonas críticas como a Avenida da Liberdade e a Avenida Almirante Reis, conduzindo-a diretamente para o rio Tejo.
Com um investimento total estimado em cerca de 250 milhões de euros, dos quais 79 milhões estão previstos para 2025, o PGDL foi anunciado pela primeira vez em 2006. No entanto, só avançou em 2015, durante a presidência de Fernando Medina, e as grandes intervenções de construção dos túneis arrancaram em 2023, já sob o mandato de Carlos Moedas.
O autarca sublinhou que, apesar de ser uma obra "invisível aos olhos das pessoas", é fundamental para resolver o "sofrimento constante" causado pelas inundações.
Relativamente aos prazos, a previsão é que o túnel Beato-Chelas fique concluído até abril, e a ligação final ao rio esteja operacional entre agosto e setembro.
Moedas admitiu, contudo, a possibilidade de atrasos, comuns em obras desta dimensão, nomeadamente devido a eventuais descobertas arqueológicas, como já ocorreu.
O autarca aproveitou ainda para homenagear os trabalhadores que operam em "condições muito difíceis".

















