Guerra Aberta no Ciclismo: Federação e Podium Events em Rota de Colisão Contratual



A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) anunciou o término, com efeitos imediatos, do contrato de concessão que mantinha com a Podium Events para a organização da Volta a Portugal, Volta ao Alentejo e Volta a Portugal do Futuro. O contrato, celebrado em 2017, deveria vigorar até 2026, mas a FPC justificou a decisão com o “incumprimento reiterado das obrigações contratuais e de pagamento” por parte da empresa, agindo em defesa do interesse público e do ciclismo nacional.
A Federação informou que está a preparar um novo modelo de organização para as provas. Em resposta, a Podium Events acusou a FPC de “falta de decoro e lealdade”, afirmando ter tido conhecimento da rescisão através dos seus patrocinadores, que terão sido contactados pela Federação “provavelmente já com intuitos comerciais”. A empresa, responsável pela organização da Volta a Portugal desde 2001, lamentou a postura da FPC, sublinhando que a decisão foi tomada na pendência de negociações relativas a questões financeiras do contrato. A Podium Events contesta a versão da Federação, argumentando que o equilíbrio do contrato foi substancialmente afetado pela pandemia de covid-19 e por escândalos de doping. A empresa afirma ter alertado a FPC de forma contínua e solicitado “por diversas vezes” a revisão equitativa do acordo, sem sucesso. Adicionalmente, critica a FPC pela “incapacidade demonstrada em prevenir e mitigar os gravíssimos problemas do doping”, mencionando casos recentes de ciclistas e alegações públicas feitas por José Azevedo, e acusa a Federação de se manter indisponível para um diálogo construtivo. A empresa liderada por Vasco Empis não reconhece a “alegada dívida” imputada pelo organismo presidido por Cândido Barbosa, por “carecer de base factual adequada, e de validação conjunta”.
A Podium Events alega ter solicitado reuniões para a conciliação de contas, que a FPC terá recusado sistematicamente, e garante que irá recorrer “a todos os meios ao seu dispor para assegurar a defesa integral dos seus direitos e legítimos interesses”.











