Israel Desafia ONU em Jerusalém Enquanto Trégua em Gaza Permanece Frágil



Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, denunciou a invasão da sede da agência em Jerusalém Oriental pelas forças israelitas, que entraram no complexo, cortaram as comunicações, apreenderam bens e substituíram a bandeira da ONU pela de Israel. Lazzarini classificou a ação como uma "violação flagrante" das obrigações de Israel enquanto Estado-membro, recordando que o país é signatário da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, que declara as instalações da ONU como invioláveis. Este incidente surge após o parlamento israelita (Knesset) ter proibido as operações da UNRWA em Israel, alegando ligações entre responsáveis da agência e o Hamas.
No entanto, o Tribunal Internacional de Justiça determinou que Israel não conseguiu provar estas alegações nem a suposta falta de neutralidade da agência. Lazzarini considera as acusações parte de uma "campanha de desinformação em grande escala", acompanhada de assédio e intimidação contra os funcionários, que forçou a desocupação das instalações. Paralelamente, o processo de paz em Gaza enfrenta um impasse.
Mediadores, como o Catar, pressionam os Estados Unidos para que instem Israel a avançar para a segunda fase do plano de paz proposto por Donald Trump. O porta-voz do Catar, Majed al Ansari, expressou preocupação com as "violações do cessar-fogo quase diariamente" por parte de Israel e com as falhas na entrega de ajuda humanitária.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a primeira fase da trégua foi concluída e que a segunda, embora "mais difícil", deverá avançar em breve. Netanyahu delineou ainda uma terceira fase focada na "desradicalização de Gaza", comparando o processo ao da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial.
Desde o início da ofensiva israelita, foram registados 70.354 mortos e 171.030 feridos palestinianos.
























