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Quebra de Alunos nos Politécnicos e o Novo Modelo de Acesso ao Ensino Superior

A afluência de novos estudantes aos institutos politécnicos portugueses sofreu uma quebra acentuada na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, levantando preocupações sobre o futuro do subsistema e a coesão territorial.
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A primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2025 revelou uma diminuição significativa no número de alunos colocados, afetando particularmente o subsistema politécnico. A nível nacional, foram colocados 43.899 estudantes, menos 12,1% que no ano anterior, com o número de candidatos a diminuir em mais de 9.000. Nos politécnicos, foram preenchidas cerca de 14.000 vagas, correspondendo a uma taxa de ocupação de apenas 63%. O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) e os dirigentes de várias instituições atribuem esta quebra, que já era esperada, principalmente ao novo modelo de acesso. As novas regras, que aumentam o peso das provas específicas e o número de exames de ingresso, reduzindo a valorização do percurso no ensino secundário, são vistas como uma barreira, especialmente para alunos de famílias com menos recursos económicos. Maria José Fernandes, presidente do CCISP, alertou que estas alterações criam obstáculos e promovem uma "litoralização do ensino superior", agravando as assimetrias regionais e colocando em risco a sustentabilidade de cursos em instituições do interior.

Os dados de várias instituições ilustram o impacto.

O Politécnico de Tomar (IPT) ocupou apenas 159 das 551 vagas, uma quebra acentuada face aos 288 alunos do ano anterior, com cursos como Engenharia Civil a não ter qualquer colocado. O Politécnico de Viseu (IPV) preencheu 53% das vagas, menos 223 alunos. Já o Politécnico de Setúbal (IPS) registou uma quebra de 28%, com 717 colocados, e o de Portalegre (IPP) teve menos 71 alunos.

Apesar da quebra, muitos dos colocados continuaram a escolher estas instituições como primeira opção.

Para além do modelo de acesso, são apontados outros fatores como a quebra demográfica, os elevados custos do alojamento e a necessidade de os salários compensarem o investimento na formação superior. Perante este cenário, os politécnicos defendem a revisão urgente das regras de acesso, idealmente já para o próximo ano letivo, para garantir um acesso mais equitativo e combater o decréscimo de estudantes.

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