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Portugal cai no índice de pluralismo dos media da UE

Portugal caiu para a 13.ª posição no índice de Pluralismo dos Media na União Europeia, uma descida significativa face ao 7.º lugar ocupado em 2022, refletindo crescentes preocupações com a sustentabilidade económica do setor.
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Na edição de 2025 da Monitorização do Pluralismo dos Media (MPM), Portugal ocupa o 13.º lugar entre os 27 países da União Europeia, com um índice de risco de 49%. Este valor, que iguala a média da UE, é classificado como "risco médio-baixo", mas representa um agravamento de nove pontos percentuais em relação a 2022, quando o país registava 40% e se encontrava na 7.ª posição.

Em 2024, Portugal estava no 11.º lugar.

No topo da classificação encontram-se a Alemanha e a Suécia (ambas com 28%), enquanto a Hungria ocupa a última posição com um risco "muito alto" (74%).

O investigador Rui Cádima aponta o "agravamento da sustentabilidade económica do setor dos media" como a principal causa para esta queda.

Esta fragilidade económica resulta em "redações fragilizadas, muito pressionadas pela precariedade", o que coloca em causa a liberdade editorial e afeta diretamente o jornalismo de investigação. Cádima refere ainda a crescente dificuldade em filtrar a desinformação, apesar da existência de verificadores de factos.

A análise do índice revela diferentes níveis de risco por área.

A 'Independência Política' é o domínio mais estável para Portugal, apresentando um "baixo risco".

Em contrapartida, a 'Pluralidade de Mercado' regista um risco "médio-alto" devido à concentração de mercado, à diminuição das receitas dos meios tradicionais e à precariedade da profissão. A 'Proteção Fundamental' mantém-se em "médio baixo", mas é criticada pela legislação do Código Penal que pune a difamação com pena de prisão e pela ausência de leis "anti-SLAPP" para proteger jornalistas de ações judiciais abusivas. A área de maior preocupação é a 'Inclusão Social', que subiu para um nível de "risco elevado". Este agravamento deve-se, em grande parte, às pressões financeiras que afetam os meios de comunicação social locais, dificultando a sua estabilidade económica.

Os resultados do relatório foram apresentados numa conferência na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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