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Ambientalistas afirmam que Portugal destina à ação climática fundos europeus insuficientes

A associação ambientalista Zero conclui que os fundos de coesão da União Europeia destinados por Portugal à ação climática são insuficientes, alertando para um défice de financiamento e riscos de baixo custo-eficácia em projetos-chave.
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Num estudo recente, a associação ambientalista Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável avaliou a aplicação dos fundos de coesão da União Europeia em Portugal para o período 2021-2027, concluindo que a verba destinada à ação climática é uma "parcela insuficiente".

A análise, realizada no âmbito do projeto europeu LIFE TogetherFor1.5, aponta que, dos 7.611 milhões de euros previstos para a transição ecológica, o montante fica abaixo do limiar de 30% (9.383 milhões) que deveria ser aplicado apenas em metas climáticas. Este valor contrasta com as necessidades de investimento estimadas em 175 mil milhões de euros até 2030, evidenciando um considerável défice de financiamento. A Zero elogia a afetação da maior fatia do investimento (43,3%) a "transportes limpos", dado que o setor é o maior emissor de gases com efeito de estufa no país. No entanto, alerta para "riscos de baixo custo-eficácia" em projetos como a expansão da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa e a aposta em veículos a hidrogénio. Considera ainda que os 22 milhões de euros para combustíveis alternativos são insuficientes face às necessidades da rede de carregamento de veículos pesados. No que toca à ferrovia, o investimento é bem-vindo, mas a sua eficácia depende de uma maior utilização e da modernização da sinalização.

A segunda maior fatia (21,3%) destina-se à eficiência energética, uma área crítica devido à elevada pobreza energética em Portugal.

Contudo, a associação critica o desequilíbrio na distribuição, com o montante para empresas a ser 25 vezes superior ao destinado a habitações.

No campo das energias renováveis, a recomendação é focar no armazenamento, nas redes e na instalação descentralizada de painéis solares em áreas artificiais.

Face a este diagnóstico, a Zero apela ao Governo português para que reavalie a distribuição dos fundos, reforce os instrumentos de monitorização pública e promova a participação dos cidadãos.

A associação defende ainda uma política de coesão mais ambiciosa para o próximo quadro financeiro (2028-2034), com uma meta de 50% de integração ecológica.

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