Portugal e a Ucrânia acordam a produção conjunta de drones subaquáticos



O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, anunciou em Kiev a celebração de um acordo com a Ucrânia para a produção conjunta de drones subaquáticos. A revelação ocorreu durante uma conferência de imprensa com o Presidente ucraniano, no âmbito da primeira visita oficial de Montenegro à capital ucraniana.
O chefe do Governo português destacou que ambos os países possuem um conhecimento de vanguarda no setor dos veículos não tripulados.
O acordo prevê a produção em Portugal de drones que utilizem tecnologia e conhecimento científico ucraniano, bem como a partilha da capacidade produtiva e experiência portuguesa com a Ucrânia.
Segundo Montenegro, o objetivo é permitir que os dois países reforcem a sua competência tecnológica para defender os respetivos espaços marítimos e infraestruturas críticas.
O primeiro-ministro salientou a importância dos cabos submarinos na zona marítima portuguesa, que são vitais para as comunicações entre a Europa e os continentes americano, africano e o Médio Oriente.
Para além da cooperação tecnológica, a visita de Montenegro visou ser um "ponto de viragem" nas relações económicas. Foi anunciada a realização de um fórum económico bilateral no próximo ano para incrementar as relações comerciais, que o primeiro-ministro admitiu serem ainda "muito baixas".
No plano político, Montenegro reiterou o "apoio inequívoco" de Portugal à adesão da Ucrânia à União Europeia, embora tenha sido cauteloso quanto a um prazo específico, garantindo que Portugal estará "100% empenhado" em acelerar o processo. O apoio português à Ucrânia, que este ano atingiu 227,5 milhões de euros em ajuda militar, foi também abordado. Montenegro clarificou que, embora não esteja previsto o envio de tropas portuguesas para o terreno enquanto durar a guerra, "nada obsta" a que tal possa acontecer no futuro, em missões de paz ou dissuasão.
Por fim, o primeiro-ministro agradeceu o contributo da comunidade ucraniana em Portugal, composta por 79.232 pessoas, elogiando a sua "plena integração" na sociedade.

















