Portugal afasta envio de militares para a guerra na Ucrânia mas admite participar numa força de paz



O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, excluiu esta terça-feira o envio de militares portugueses para um cenário de guerra na Ucrânia. Numa audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, e em resposta a uma questão do partido Chega, o governante foi categórico: “Portugueses, para um cenário de guerra não irão, isso é certo”. No entanto, o chefe da diplomacia portuguesa admitiu a possibilidade de Portugal integrar uma “força de paz” no país, mas apenas num contexto pós-conflito, mediante a existência de um tratado de paz ou de um acordo que assegure “níveis de segurança absolutamente indisputáveis”. Paulo Rangel sublinhou que esta não seria a primeira vez que o país participaria em missões do género, destacando o trabalho “louvável” das forças portuguesas em missões de paz das Nações Unidas e da União Europeia na República Centro-Africana, bem como o envolvimento no âmbito da NATO na Eslováquia e na Roménia.
Segundo o ministro, a participação portuguesa nestes dois países europeus é um modelo muito semelhante ao que poderá ser solicitado a Portugal para uma futura missão na Ucrânia.
Para além da integração numa força de paz, Rangel admitiu ainda outros tipos de cooperação, como o apoio “na retaguarda”, à semelhança da presença militar portuguesa nos Países Bálticos e na Lituânia, e também através do reforço da indústria de defesa.

















