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Portugal perde 400 milhões de euros em investimento direto estrangeiro no primeiro semestre

O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Portugal registou um valor negativo de 400 milhões de euros no primeiro semestre, uma inversão acentuada face ao período homólogo de 2024 que se deveu essencialmente a uma reclassificação estatística relacionada com a dívida de empresas.
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De acordo com dados do Banco de Portugal (BdP), o IDE totalizou -400 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, contrastando com um valor positivo de 3.500 milhões de euros no mesmo período de 2024. A explicação para esta diminuição reside, sobretudo, na redução da dívida de empresas residentes perante entidades não residentes do mesmo grupo económico, no valor de 1.600 milhões de euros. O banco central esclarece que esta redução se deve a uma alteração metodológica, na qual estes passivos foram reclassificados para a categoria de "investimento de carteira", uma vez que deixou de se verificar uma relação de investimento direto. A trajetória negativa foi influenciada principalmente pela redução do investimento proveniente de Espanha, que registou um desinvestimento de 2,1 mil milhões de euros. Este valor foi parcialmente compensado por aumentos no investimento de outros países, nomeadamente da Suíça (+0,8 mil milhões de euros), dos Estados Unidos (+0,3 mil milhões de euros), da Itália (+0,2 mil milhões de euros) e da Bélgica (+0,2 mil milhões de euros). Em sentido inverso, o investimento direto de Portugal no exterior aumentou para 2.600 milhões de euros, mais 200 milhões do que no período homólogo. Os principais destinos deste investimento foram países europeus, com destaque para Espanha e Países Baixos (ambos com 700 milhões de euros) e França (500 milhões de euros). No que toca aos rendimentos, os pagos a não residentes por investimentos em Portugal subiram para 5.000 milhões de euros, enquanto os recebidos por Portugal de investimentos no exterior desceram para 1.800 milhões de euros.

Apesar do resultado negativo no semestre, o BdP nota que o peso do IDE na economia portuguesa tem crescido significativamente. No final de 2024, o stock de IDE representava 69% do PIB, um aumento de 37 pontos percentuais face a 2008. Em comparação internacional, o peso do IDE em Portugal era superior à média da OCDE e, em 2024, superava em 5 pontos percentuais a média da União Europeia, colocando o país entre os que têm um dos stocks de IDE mais elevados em percentagem do PIB.

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