Portugal lidera o crescimento florestal na União Europeia enquanto um novo livro aprofunda o debate sobre o eucalipto



Portugal registou o maior crescimento florestal da União Europeia (UE) em 2023, com um aumento líquido de 11,1% em relação ao ‘stock’ inicial de madeira, de acordo com dados divulgados pelo Eurostat.
Este valor coloca o país significativamente à frente de outros Estados-membros como a Dinamarca (7,6%) e a Irlanda (6,8%), que ocuparam os lugares seguintes.
No extremo oposto da tabela encontram-se Malta, sem qualquer crescimento registado, Chipre (1,6%), e a Estónia e Bulgária (ambos com 1,8%).
O crescimento florestal é medido pelo aumento biológico das árvores, subtraindo as perdas por causas naturais como doenças ou incêndios.
O elevado desempenho de Portugal é atribuído à opção por espécies de crescimento rápido, nomeadamente o eucalipto e o pinheiro-bravo, que permitem uma produção elevada de nova biomassa. Este crescimento enquadra-se nos objetivos da Estratégia Europeia para 2030, que visa reforçar a proteção, o restauro e a resiliência das florestas, apoiando simultaneamente a bioeconomia florestal dentro de limites sustentáveis.
Paralelamente a estes dados estatísticos, o debate sobre o modelo florestal português foi aprofundado com o lançamento do livro “O Eucalipto em Portugal – Ciência, Gestão e Território”, apresentado pela The Navigator Company.
A obra, com mais de 200 páginas, reúne contribuições de dezenas de especialistas e resulta de um processo de reflexão iniciado em 2024 no âmbito do Fórum do Eucalipto.
O seu objetivo é consolidar o conhecimento técnico e científico sobre as florestas plantadas e promover um debate informado sobre a sua gestão.
O livro aborda temas como a gestão sustentável, as políticas públicas, a inovação científica e a bioeconomia, questionando quais seriam as alternativas realistas ao eucalipto e os seus impactos no território, ambiente e economia.
A publicação destaca o papel da fileira do eucalipto no desenvolvimento rural e na autonomia industrial europeia, ao mesmo tempo que reconhece os desafios ambientais e sociais que exigem uma gestão ativa e baseada na ciência.
Com esta iniciativa, a Navigator pretende reforçar a literacia florestal e apoiar a construção de soluções de longo prazo para a floresta portuguesa.






