Liderança Inédita: Cientista Portuguesa Cecília Arraiano Assume Presidência da Elite Europeia de Microbiologia



A investigadora coordenadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), Cecília Maria Arraiano, foi anunciada como a nova presidente da Academia Europeia de Microbiologia.
A sua nomeação é um marco histórico, sendo a primeira mulher, a primeira portuguesa e a primeira cientista do sul da Europa a ocupar este cargo desde a fundação da academia há 16 anos.
Cecília Arraiano iniciará o seu mandato de três anos a 1 de janeiro de 2026, sucedendo a Kenneth Timmis. A Academia Europeia de Microbiologia, que funciona no seio da Federação Europeia de Sociedades de Microbiologia, é um grupo restrito que reúne investigadores de grande destaque internacional com o objetivo de promover e reconhecer a excelência em microbiologia por toda a Europa. O processo de admissão é rigoroso, exigindo que um candidato seja nomeado por um membro e apoiado por outros quatro, seguindo-se um processo de eleição.
A própria Cecília Arraiano integra esta academia desde 2016, tendo sido a primeira mulher portuguesa e a segunda pessoa de nacionalidade portuguesa a ser admitida.
O percurso da cientista, que lidera o Laboratório de Controlo da Expressão Génica no ITQB NOVA, em Oeiras, está repleto de reconhecimentos. É membro da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO), membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa desde 2009 e Fellow da Academia Americana de Microbiologia. Anteriormente, integrou o comité executivo da Federação Europeia de Bioquímica, onde recebeu o “Diplôme D'Honneur”, presidiu à Sociedade Portuguesa de Genética e foi embaixadora em Portugal da Sociedade Americana de Microbiologia. João Crespo, diretor do ITQB NOVA, afirmou que esta nomeação reflete o reconhecimento internacional do trabalho de qualidade desenvolvido pelos investigadores portugueses, apesar das dificuldades de financiamento.
A própria investigadora manifestou a sua satisfação, considerando a eleição um passo importante para Portugal e para as instituições científicas nacionais, e expressou o desejo de que mais lideranças internacionais surjam no país.






